ATA DA DÉCIMA QUINTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 09.07.1998.

 


Aos nove dias do mês de julho do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Isaac Ainhorn, João Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz e Renato Guimarães. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni e Maria do Rosário. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Décima Terceira Reunião Ordinária, que, juntamente com a Ata Declaratória da Décima Primeira e a Ata da Décima Segunda Reuniões Ordinárias, deixou de ser votada face a inexistência de "quorum" deliberativo. À MESA foi encaminhado, pelo Vereador Carlos Garcia, 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 288, 289, 290, 291 e 292/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 20/98, do Senhor Arno Hugo Augustin Filho, Secretário Municipal da Fazenda; 157/98, do Senhor Glei Cabrena Menezes, Prefeito Municipal de Rosário do Sul/RS; 629/98, do Senhor Luiz Carlos Levenzon, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil/RS; 1231, 1729 e 1765/98, do Gabinete da Casa Civil da Presidência da República; 1381/98, do Senhor Gilberto Chiapinotto, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal - CEF; s/nº, do Deputado Federal De Velasco; s/nº, do Senador José Fogaça; Telegramas: do Ministro Marco Aurélio; do Senador Romeu Tuma; do Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro; do Senhor Nelson Boeira, Secretário de Estado da Cultura/RS; do Senhor Antonio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul. A seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Vereadores Vicente Sanches e Roberto Martinez, da Câmara Municipal de Itaqui/RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell teceu considerações acerca do serviço prestado pela Companhia Estadual de Energia Elétrica em nosso Estado, afirmando que o fechamento de postos de abastecimento de energia dificulta o acesso da população a essa empresa e causa prejuízos aos empresários gaúchos. Também criticou o Governo do Estado pelos transtornos criados com a privatização da Companhia Riograndense de Telecomunicações e com a fusão da Caixa Econômica Estadual com o Banco do Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador João Dib relatou sua participação, como paraninfo, na Cerimônia de Formatura da Quarta Turma de Alunos do Projeto Pescar, da Escola Técnica Viação Teresópolis Cavalhada, ocorrida no dia oito de julho do corrente, parabenizando a classe empresarial por sua participação em iniciativas como as do referido projeto, as quais criam oportunidades para a formação profissional e pessoal da juventude. Às dez horas e quatro minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz e Isaac Ainhorn e secretariado pelo Vereador Juarez Pinheiro. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Havendo quórum damos por abertos os trabalhos da presente Sessão. Registramos a presença dos Vereadores Vicente Sanches e Roberto Martinez, do Partido Democrático Trabalhista da Cidade de Itaqui.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

 O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu recebi ontem uma carta do ex-Prefeito de Porto Alegre, Guilherme Socias Villela, Presidente da AGERGS, em resposta a uma carta-dossiê que lhe enviei na semana passada, fazendo uma série de cobranças acerca dos serviços concedidos no Estado do Rio Grande do Sul. Está na memória de todos os porto-alegrenses, dos gaúchos, que recentemente o Governo do Estado privatizou parte significativa da CEEE, da nossa Companhia Estadual de Energia Elétrica. Duas empresas privadas assumiram parte substantiva do trabalho de fornecimento de energia no nosso Estado. Eu fiz um questionário junto com delegados, militantes do Sindicato dos Eletricitários de Porto Alegre e enviei aos dirigentes do meu Partido: Vereadores do interior do Estado. Estou recebendo esses questionários de volta e a cada dia que passa eu vejo a calamidade que está acontecendo com a energia elétrica no nosso Estado. Uma das perguntas é se faltou energia no último mês, a maioria aponta um aumento de três vezes ou mais nos últimos tempos. Postos de serviço que a CEEE mantinha em todas as pequenas cidades estão sendo fechados e se concentram agora em cidades médias com distâncias que vão sempre acima de 50 Km a 120 Km para que as pessoas possam acionar os escritórios dessas empresas quando houver pane e quando houver problema de interrupção de energia. Vários produtores de aves perderam a sua produção de pintos, na época do verão e agora no inverno, por falta de energia. Quem paga essa conta, quem paga esse prejuízo? Essa é a pergunta que eu fiz ao Dr. Guilherme Socias Villela.

Outra pergunta que eu fiz é: Como ficam os telefones agora com a privatização? Vai ser respeitada lista de inscrição, ou haverá junto com as empresas que assumiram a CRT. Como é que o cidadão pode controlar esse serviço? O Dr. Villela me responde que a Agência Gaúcha de Regulação dos Serviços Delegados está iniciando um trabalho, está buscando uma parceria com as agências nacionais, mas não responde taxativamente nada do que lhe perguntei, pelo contrário, a sua resposta é evasiva, e vou divulgar a todos os meios de comunicação, porque lhe perguntei também sobre os pedágios.

Hoje nós estamos lendo, nos jornais da capital, que há mais postos de pedágio sendo liberados, e a Agência Gaúcha de Regulação não responde absolutamente nada sobre essas questões. Há um forte movimento, e ontem houve um protesto muito forte em Nova Petrópolis, porque lá estão sendo cobrados 4 reais por um pequeno trecho. E qual é a fiscalização? A pergunta que eu fazia ao Dr. Villela é a seguinte: Por que existe disparidade de preços nos trechos? Quando a quilometragem é maior, o preço é menor? Alguma explicação deve haver. Eu não recebi ainda a resposta, até porque ela não está em sua carta. Portanto, eu pergunto ao Governo do Estado e aos responsáveis por esses serviços do nosso Estado, como fica o cidadão?

Já verifiquei em contas de luz que houve aumento no último período. Como se explica isso?

Outro questionamento que fizemos, e que tem a ver com o fechamento da Caixa Econômica Estadual, é sobre o serviço do BANRISUL, sobre as filas quilométricas que estão ocorrendo nos últimos dias. Sobre este problema já aprovamos uma Lei do Ver. Juarez Pinheiro. Eu espero que o Prefeito já tenha sancionado essa Lei, porém até agora não vi nenhuma disputa jurídica, e nós vamos fazer essa disputa, sim, na sociedade. É impossível continuar essa situação, do desrespeito aos clientes, aos usuários dos serviços públicos do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a vida é feita de momentos: momentos bons, momentos ruins, momentos de alegria, de emoção. Esses bons momentos nas nossas vidas fazem com que nós possamos viver a vida com muito mais tranqüilidade.

Ontem eu vivi um momento desses, de muita satisfação. Fui convidado para paraninfar uma turma de alunos da Escola Técnica Viação Teresópolis Cavalhada e que formava a quarta turma de alunos do Projeto Pescar. Jovens de 16 a 18 anos em busca de seus primeiros desafios profissionais. Faço questão, Sr. Presidente, que os Anais desta Casa registrem o nome desses dezoito jovens, por isso vou lê-los. (Lê.)

“Atila Gonçalves Borges, Daniel de Vargas Ramos, Diego Rodrigues de Lima, Diogo Oliveira Amaro, Ederson Soares de Araujo, Everson Luiz Souza Hipolito, Everton da Silva Maciel, João Francisco Tomezache Lopes, Jones Schwartz Haupt, Lafaiete de Moura Souza, Luciano Rodrigues Souza, Otoniel Cardoso da Costa, Paulo Cesar de Souza, Ricardo Correa de Assis, Roberto da Silva Ferreira Neto, Rodrigo Saraiva Nascente, Vágner Barreira Campos, Wagner Castanheira de Freitas.”

O Instrutor desses dezoito jovens é o professor Luiz Antonio Terra, assistido pela psicóloga Maria Clara Ramos Grocho.

Eu gostaria de dizer que a solidariedade é extremamente importante e ontem eu vivi um momento de intensa solidariedade. Essa Empresa Viação Teresópolis-Cavalhada faz a quarta turma e deveria ser um exemplo. É a primeira Empresa de transporte coletivo do Brasil a fazer tal serviço. Começado pela Organização Link, deveria ser seguido o seu exemplo, deveriam outros empresários ter a mesma sensibilidade do Sr. Jean Vandaramatos e a sua esposa Helene, para que mais jovens saíssem das ruas, e tivesse uma profissão especialzada. E me emocionei profundamente porque a cada momento que se entregava um diploma, e que aquele jovem recebia uma chave-de-fenda como símbolo, como material primeiro que usava nas oficinas da Empresa de Transporte Teresópolis-Cavalhada. Mas alguns diziam: “Quero ser engenheiro mecânico; quero ser motorista de ônibus; quero ser fiscal de ônibus; quero trabalhar em computação.”, e a coisa realmente me emocionava. Mas, alguns deles, ao receber aquele diploma das mãos de suas mães ou pais, choraram. E quando o coral da Link cantou “Amigos para sempre”, aí, então, o choro foi generalizado, mostrando que a nossa juventude e os nossos meninos de rua podem ser tão bons cidadãos quanto somos nós, quanto são todos os que aí estão e que têm oportunidade.

Esta oportunidade é que me traz a esta tribuna para dizer que é preciso haver mais solidariedade, que muito mais gente tem condições de ajudar os jovens, e é preciso que se ajude esse jovem. Não podemos continuar esperando que o jovem se transforme num marginalizado, e de marginalizado para um marginal, quando a coisa complica seriamente.

Então, é importante que esse ato singelo que ontem aconteceu, onde os jovens, mostrando carinho por aquele que os paraninfou, fizeram esse modelo de ônibus em cartolina - e é por isso que ele está na tribuna. E fiquei profundamente emocionado e continuo emocionado, mas continuo acreditando que é possível resolver os problemas, que são nossos, não são só do Governo Municipal, do Governo Estadual ou do Governo Federal, são nossos, cidadãos, sim, que temos a obrigação de tentar ajudar essa juventude para que amanhã eles sejam a certeza de que teremos dias melhores, e eu tenho certeza que isso vai acontecer quando todos nós sentirmos a nossa responsabilidade com essa juventude, com essa adolescência, transformá-los em cidadãos dignos, honrados e produtivos para todos nós. Saúde e paz.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo quórum para entrarmos na Ordem do Dia, declaro encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 10h04min.)

 

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